sábado, 23 de março de 2013

Senhor das moscas por Lenne Ribeiro


REFLEXÃO SOBRE O FILME “O SENHOR DAS MOSCAS”

1. INTRODUÇÃO
O "Senhor das moscas" é um livro escrito por William Golding, vencedor do Prêmio Nobel em 1983. Foi adaptado para o cinema em 1963 por Peter Brook. É um dos mais expressivos estudos da natureza humana, contendo importantes reflexões sobre a civilização e o seu papel na formação do ser humano.
A história, muito conhecida, é sobre um grupo de garotos que, após um acidente aéreo, se vêem sozinhos em um ilha deserta no Pacífico, sem a presença de um adulto. Embora a premissa pareça simples, o filme faz uma análise profunda do caráter humano e da relação entre o homem e sociedade.
No início a alegria é a nota dominante. Não há aulas, não há adultos… só há férias! Como se trata de uma ilha tropical sentem-se no paraíso. No entanto, é preciso lutar pela sobrevivência para conseguir alimentos, para se protegerem das condições climáticas e para avisar os possíveis socorristas de que estão vivos… Dividem-se tarefas, estabelecem-se objetivos, mas nem todos os elementos do grupo possuem a mesma motivação.
Alguns não estão dispostos a aceitar as regras do jogo, mesmo que o que esteja em causa seja a sobrevivência… Um dos rapazes propõe que se dediquem apenas à caça e às brincadeiras, apresentando aos seus companheiros soluções fáceis e de satisfação imediata. Recusa participar nos trabalhos rotineiros que caberiam a todos os estudantes. Desfaz-se a união entre os colegas e alguns seguem o rebelde. Com o desenrolar da história, o comandante do grupo cada vez se vai sentindo mais isolado, mas não cede nas suas convicções e no que ele considera mais adequado para o bem de todos. Mantém a sua estratégia, a única correta em longo prazo.
Mas a sua firmeza é insuportável para os insubmissos que, numa explosão de ódio, tentam matá-lo, depois de já terem morto um dos poucos colegas que o apoiava. É um homem só, o único que não se juntou aos do “outro grupo”.


DESENVOLVIMENTO

O filme retrata o período de pós-guerra, uma fase de desencantamento com a humanidade, faz uma série de analogias e trata da descoberta do mal que existe no coração do homem que, independente da idade e do meio onde este vive, surge como algo natural. Muitos apontam que "O Senhor das Moscas” é um trabalho de filosofia moral, e mostra como os meninos, apesar de terem recebido fina educação inglesa, regridem à pura selvageria, criando ritos e sacrifícios, desrespeitam as "leis e chegam até a matar uns aos outros após viverem algum tempo nesta ilha. Tudo em função do medo do desconhecido, da forma como os líderes do grupo exploram o medo do mundo externo e fazem com que os seguidores os obedeçam.
A diferença de cada um em encarar essa busca pela sobrevivência é a causa de sérios conflitos e divisões. O mais interessante na história, na minha opinião, é observar como cada um reage em um ambiente onde não há as regras e normas da civilização, nem adultos para estabelecerem essas normas. Num ambiente assim, em meio a uma selva cheia de mistérios e perigos, é muito fácil a força instintiva vir à tona. Com isso, o comportamento civilizado e baseado na razão do homem é tomado pelo instinto selvagem e pela “lei do mais forte”. É o caso de Jack, que ficou cruel e passou a tentar controlar todos na ilha.
Do outro lado, há Ralph, uma vez que ele é o líder por escolha da maioria e tenta tomar as decisões que sejam melhores para todos. Pode-se relacionar a Ralph a democracia, o governo, a ordem e a responsabilidade. A Jack, pode-se relacionar a barbárie e o lado negro da humanidade. Muitos consideram que ele representa o facismo.
A liderança é um processo chave em todas as organizações. A liderança é uma forma de influência e é uma transação interpessoal em que uma pessoa age para modificar ou provocar o comportamento de outra, de maneira intencional. Existem três abordagens teóricas sobre a liderança: teoria dos traços de personalidade, teoria sobre estilos de liderança e teoria situacional de liderança.
A liderança é um fenômeno tipicamente social que ocorre exclusivamente em grupos sociais. Podemos defini-la como uma influência interpessoal exercida numa dada situação e dirigida através do processo de comunicação humana para a consecução de um ou mais objetivos específicos. “A liderança é uma forma de influência. A influência é uma transação interpessoal em que uma pessoa age para modificar ou provocar o comportamento de outra pessoa, de maneira intencional.” (CHIAVENATO, 1999:553-627).
Liderar incidiu, enfim, conseguir com que os demais façam o que devem fazer com profunda convicção e, sobretudo, que o façam tomando a si a responsabilidade para que isso aconteça. Para isso e necessário que haja motivação do grupo. Podemos dizer que a motivação é uma força e energia que nos impulsiona na direção de alguma coisa, de forma intrínseca, ou seja, que está dentro de nós, nasce de nossas necessidades interiores. Motivação refere-se aos desejos, aspirações e necessidades que influenciam a escolha de alternativas, determinando o comportamento do indivíduo.
As pessoas usam o poder para atingir os seus objetivos e, para quem quer alcançá-lo, uma das formas é se aproximar as pessoas que o tem, como uma estratégia futura de alcance do mesmo. Na maioria das vezes, as pessoas têm formas diferenciadas de uso de poder, de acordo com as circunstâncias da organização, com a divisão do trabalho e limitações de recursos. Porém, este uso deve ser suficiente para trabalhar com os conflitos inevitáveis que freqüentemente surgem nos diferentes grupos e equipes organizacionais.






CONCLUSÃO

De acordo com as teorias analisadas neste trabalho, podemos perceber que o seguidor não é tão passivo à ação do líder. Dentro de uma nova maneira de procurar entender o vínculo entre o líder e seu seguidor, passa-se a procurar estudar como ocorre o processo de interação que envolve, sobretudo, trocas sociais.
Entretanto, "O Senhor das Moscas", pode representar os conflitos dentro da própria "psiqué" humana. Ralph é a consciência, porque todos seus esforços são o de manter clareza em sua fala e ações e de agir da maneira mais correta para serem resgatados; Porquinho é a racionalidade; Jack, os instintos animalescos e primitivos; Simon, a contemplação e intuição. No fundo, estas contradições não existem somente no interior de uma sociedade, cujo resultado extremo é a guerra, mas também no interior de um próprio indivíduo.
Essas crianças se renderam aos mais baixos sentimentos humanos e se transformaram em uma espécie de selvagens, praticando violências e assassinatos. O ambiente e a falta de controle adulto criaram nelas uma espécie de histeria coletiva, de voluntarismo para o brutal e o instintivo.








REFERENCIAL
BERGAMINI, Cecília Whitaker. Motivação nas Organizações. 4ª Edição. São Paulo:
Atlas, 1997.

CHIAVENATO, Idalberto. Administração nos novos tempos. 2ª Edição Totalmente Revista e atualizada. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 1999.
Lord of the flies. Realizador: Harry Hook. Atores: Chris Furrh; Paul Getty. Música: Philippe Sarde, Duração: 91 min. Ano: 1990.

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