sábado, 8 de agosto de 2009

Pequena lista de livros esgotados para a política de Paulo Duque

Fiquei constrangido com o Conselho de "Ética" do Senado, ou melhor, estou constrangido em ser brasileiro.
O arquivamento imediato dos processos contra o Senador Sarney põe em dúvida a necessidade de um tal Conselho.
Tenho um conhecimento rudimentar sobre política, mas vou recorrer ao funcionalismo, que é um modo de explicar a política (desde a dos partidos até a política criminal). Estou mais acostumado com a política criminal, é verdade, mas... Bem, deixemos agora a política criminal à parte.
Na ótica político-partidária, é preciso saber que o sistema político deve funcionar mantendo certas expectativas e garantir assim o seu equilíbrio. Um sistema político se alimenta de inputs e muitos deles vêm para equilibrar o sistema, enquanto tantos outros são disfuncionais mesmos. Nessa lógica, cabe ao sistema político receber os inputs e convertê-los em outputs, equilibrando a política.
Paulo Duque simplesmente resolveu bloquear a entrada de inputs disfuncionais. Na intenção de garantir a sobrevivência do sistema político, o nobre Senador ignorou a essência da própria política... Pra que Conselho de Ética?
Bem, não quero aborrecer ninguém com essa história de "inputs", mas elaborei uma pequena lista bibliográfica para o Senador Paulo Duque:

Senador, comece lendo este: JONES, Roy E. “Análise Funcional da Política: uma discussão introdutória”. Trad. Lauro Augusto Machado Coelho. São Paulo: Brasiliense, 1976. Aqui está apenas uma leitura introdutória, como o próprio título sugere. Só são 88 páginas, contando com a bibliografia no final...

Depois, já mais acostumado com o tema, vai lhe cair bem este livro: EASTON, David. “Uma Teoria de Análise Política”. Trad. Gilberto Velho. Rio de Janeiro: Zahar, 1968. É um clássico da ciência política! E traduzido pelo Grande Gilberto Velho! E por falar em Gilberto, anote aí para um leitura de domingo: VELHO, Gilberto (Org.). “Desvio e Divergência: uma crítica da patologia social”. 4ª. ed., Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1981. Que leitura. O capítulo mais famoso desta obra é o primeiro (de autoria de G. Velho), mas sugiro a leitura do sétimo capítulo (FILIPINA CHINELLI, ACUSAÇÃO E DESVIO EM UMA MINORIA). Estou com este capítulo em mãos agora. Será que ele fala em minorias com complexo de maioria?
Outra obra pra leitura pode ser mesmo este: BUCKLEY, Walter. “A Sociologia e a Moderna Teoria dos Sistemas”. Trad. Octávio Mendes Cajado. São Paulo: Cultrix, Editora da USP, 1971. Muito interessante.
Por fim, leia o primeiro capítulo (apenas este capítulo) de ALMOND, Gabriel A.; COLEMAN, James S. (Coord.) “A Política das Áreas em Desenvolvimento”. Sem tradutor mencionado. Rio de Janeiro: USAID; Freitas Bastos, 1969. Confesso que não tive tempo para ler esta obra inteira, com mais de 500 páginas, mas o primeiro capítulo é o mais interessante (e famoso) da obra. Ah, este livro também tem um capítulo sobre a política na américa latina. Vai lhe cair bem, principalmente a quem deseja abrir um capítulo na política brasileira, se é que a política brasileira ainda tem espaço para mais algum capítulo...
Ah, caso necessite, posso emprestar-lhe os livros acima, porque suas edições já estão esgotadas, assim como a política brasileira.

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