sábado, 17 de janeiro de 2009

Coisas sobre a afamada tradição brasileira de proteger criminosos políticos


Nunca pensei que o Brasil se orgulhasse de sua tradição de acolher criminosos políticos. Isto é bom para o país? Nem sei dizer... Será que estamos sabendo explorar este importante nicho no mercador internacional de foragidos políticos? Cacciola é mesmo um criminoso comum? Qual a linha separa o crime comum do político? Pensei que tivéssemos mesmo a tradição de acolher criminosos comuns e não políticos. Discussão à parte, o Min. Genro (hei, o nepotismo na administração não foi proibido pelo STF?) defende esta tradição importante para a nossa "imagem" internacional.

Tratando do assunto Battisti, Genro disse ontem (14), em Canoas (RS), que a concessão do refúgio político ao italiano, acusado de quatro assassinatos entre os anos de 1978 e 1979, "se alicerça na tradição brasileira de décadas de acolher criminosos políticos ou aqueles que são acusados de cometer crimes políticos, dependendo da situação" (Tribuna do Norte, 17-01-08).

Que tradição!

Além do asilo político ao "terrorista/criminoso político" Battisti, vamos então saber o que Tarso também defende(u):

  1. Responsabilidade cível e criminal dos agentes que participaram de torturas e morte de jovens entre 1964 e 1985;
  2. Para ele, torturadores (não os terroristas) que atuaram durante o regime militar no Brasil praticaram crimes comuns e não políticos;
  3. Deportação dos boxeadores cubanos Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara. Sobre este episódio, ele disse:

    "Esse episódio é um episódio circunscrito a uma ação policial administrativa da Polícia Federal, que cumpriu rigorosamente a lei"

  4. Sistema de escuta telefônica permanente nos presídios federais;
  5. Realização de interrogatórios de presos por meio de videoconferência


     

    É isso aí. Hei? A tradição não se aplicou aos boxeadores cubanos? Talvez esta seja outra tradição nossa...

    Bem, achei que deveríamos dar por passado a opção da anistia ampla aos militares e também àqueles que do lado da esquerda cometeram crimes durante o regime militar brasileiro. Foi uma opção passada, que não nos cabe revisar no presente, sob pena de se abrir feridas para o futuro.

    No caso Battisti, a Democracia italiana fez a opção inversa do Brasil, ou seja, não optou por anistiar seus criminosos e não cabe ao Brasil pretender agora julgar (segundo seus próprios conceitos políticos) a opção política inversa da Itália.

     

    Para saber mais:

    1. http://oglobo.globo.com/pais/mat/2008/07/31/tarso_genro_defende_punicao_para_torturadores_do_regime_militar-547498555.asp
    2. http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2008/12/18/tarso+genro+defende+escutas+permanentes+nas+prisoes+brasileiras+3217660.html
    3. http://www.cfappm.ma.gov.br/pagina.php?IdPagina=2113
    4. http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2007/08/23/materia.2007-08-23.9913586337/view.

Nenhum comentário:

Discount Watches on Sale - Starting at $250!

...