sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

A cientologia pode aumentar o volume de processos no Judiciário: cruz credo!


Albenes, esta postagem é pra vc, que vai ensinar ética na UFRN:

A morte do filho de John Travolta acende o debate sobre a cientologia (Scientology), seita comum entre as celebridades de Hollywood. Os adeptos desta seita dizem que as doenças psicológicas podem ser “curadas” pelo próprio paciente, independentemente da intervenção médica. O filho de Travalta era altista, mas o “pai artista” negava dar tratamento médico a ele. Suspeita-se que o não acompanhamento médito pode ter agravado o seu estado de saúde.
Outro ator de Hollywood que ficou famoso pela sua adesão à cientologia foi Tom Cruise, que disse ser a psiquiatria uma invenção nazista (!). A cientologia prega a força do pensamento, a reencarnação e um futuro onde seus fiéis dominarão a Terra; Hitler também pensava em dominar o mundo com o seu Estado Total...deu no que deu ...
O mais incrível é que esta seita*, se crescer no Brasil, poderá aumentar o volume de processos no Judiciário.
Vou explicar como. O seguidor da seita não pode estar nunca na defesa, e sim, no ataque, o que "faz seus fiéis moverem infinitos processos judiciais e perseguirem os críticos à religião, além de aprovarem abusos e crimes contra aqueles que representam uma ameaça à devoção da igreja" (cf.
http://www.oapocalipse.com/home/estudos/religiao_cientologia.html).
Prática semelhante já foi adotada por fieis da Igreja Universal contra jornalistas que supostamente publicavam matérias desagradáveis. Até publicquei um artigo sobre o assunto intitulado "o processo como pena", para onde remeto o leitor.

Interessante é observar que o uso do processo como pena pode chegar a absurdos.

Vejam a notícia abaixo:

Oito advogados paulistas foram processados mais de 170 vezes pela mesma pessoa.
É isto mesmo! 170 vezes! Em resposta ao abuso, a OAB-SP (27/1) prestou apoio aos advogados, que protestam contra o elevado número de ações ajuizadas contra eles na Justiça de Mato Grosso do Sul apenas pelo empresário Luiz Eduardo Auricchio Bottura.
Será que o empresário faz parte da cientologia?
Os presidentes referidos da OAB-SP solicitam ao presidente da seccional sul-mato-grossense da entidade que nomeie advogados da região que se responsabilizem pela defesa dos advogados paulistas na Justiça. Pede também uma ação conjunta para entrar com pedido de Habeas Corpus no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. O HC irá requerer o trancamento de todas as ações em curso movidas por Bottura contra os advogados. “É uma ação orquestrada para abalar os profissionais”, afirma Arbex. Ele, no entanto, negou o pedido dos reclamantes para que a Ordem mova processo pedindo indenização por danos morais contra os acusados. “A OAB não tem legitimidade para pedir indenização por danos morais”, explica. A Representação protocolada sob o número 15.066 corre em sigilo.
O caso deve chegar ainda no Tribunal de Ética da Ordem. O presidente da Comissão paulista de Prerrogativas encaminhou um pedido para que a Comissão de Ética do estado avalie se houve comportamento irregular por parte dos advogados que representam Bottura nos processos. “Mas a função da Comissão de Prerrogativas é defender os advogados, e não acusá-los”, diz.
Ainda não comunicada do despacho, a OAB de Mato Grosso do Sul já tomou medidas contra a artilharia do empresário. A juíza Maria Elizabeth Weiler, titular da Comarca de Anaurilândia, aceitou todos os processos ajuizados por Bottura, mas foi declarada suspeita pelo TJ-MS e não pode mais julgar ações envolvendo o empresário. O caso chamou a atenção da OAB, que agora acompanha de perto os passos da juíza, já condenada por improbidade administrativa pelo tribunal estadual em ação movida pelo Ministério Público em relação a fatos de quando ela ainda era titular da comarca de Caarapó. Na época, com a decisão, ela acabou sendo removida para Anaurilândia.
Segundo o presidente da seccional da OAB-MS, Fábio Trad, a entidade nomeou o advogado Márcio Torres para fazer um levantamento do histórico da juíza, que servirá de fundamento para possíveis representações no Conselho Nacional de Justiça e na Corregedoria-Geral de Justiça do estado. O resultado da apuração será apresentado ao Conselho Seccional no dia 27 de fevereiro. "A OAB-MS confia nos propósitos do Judiciário estadual, de forma que não permitirá que em seus quadros permaneça alguém que macule a honra e a dignidade da judicatura no Estado". Para ele, ao afetar a qualidade moral da prestação jurisdicional, as atitudes da juíza prejudicam também os advogados.
Em uma das ações, Bottura denunciou até mesmo uma juíza de São Paulo. Ana Luiza Liarte, titular da 8ª Vara Cível do Foro Central da Capital, foi alvo de uma queixa-crime por ordenar que blogs, atribuídos ao empresário, que ofendiam a família da ex-mulher, fossem tirados do ar. Margarida Weiler aceitou o ajuizamento da ação, mas depois voltou atrás, se dando conta da falha. “Trata-se de um equívoco imperdoável, não perceber ao despachar a inicial (entre inúmeras outras queixas-crime propostas pelo mesmo querelante, contra diversas pessoas), que a querelada é Juíza de Direito no Estado de São Paulo”, afirmou a juíza em despacho.
Uma representação contra Margarida já corre no CNJ, mas ainda não foi julgada. A ação foi movida pelos advogados da família que dirige a construtora Bueno Netto, que pedem liminarmente que ela seja afastada de qualquer processo ligado à família.
O caso continua....


*Outras práticas da seita:
  • Não tomar analgésicos,
  • Não realizar o parto em hospitais e nem com gritos;
  • Nunca negar um pedido de doação financeira à instituição. Este é importante .

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