sexta-feira, 19 de setembro de 2008

A urgência de um progama “bola zero” para a copa de 2014

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2007
“Mamãe, quando eu crescer eu posso ser corrupto?” É com esta frase que Millôr Fernandes retrata o Brasil do futuro (Veja n. 2034). Parece que estamos fadados a este triste fim. Quem sabe, se tiver muita sorte, meu filho me peça para ser jogador de futebol.

O escândalo de Lalau foi no início da década de 90, mas ainda não caiu a ficha de que o Estado precisa combater a corrupção. Será que alguém está pagando para a ficha não cair? Por enquanto, continua a cair a ficha dos cassinos clandestinos… Somente agora o TJSP inaugurou um câmara especial para julgar crimes contra prefeitos. A letargia é nacional. Em julho, 1,3 mil autoridades mineiras ganharam de presente o foro especial no TJMG; é assim que combatemos a corrupção pública. O inquérito do Mensalão levou 2 anos para ser apreciado pelo Supremo Tribunal Federal. É assim que o regimento do STF trata a importância do caso…

Fico me perguntando sobre o significado da “bola” para a “réis-pública” brasileira.

O Brasil é o país da bola e ninguém duvida.

Paulo Coelho, na cerimônia que confirmou o Brasil como sede da copa do mundo de 2014, afirmou que o futebol rende mais assunto do que o sexo. Lembro aqui um episódio que registra como o futebol está impregnado da vida do brasileiro. Quando a polícia estourou o cativeiro do publicitário Washington Olivetto, que estava seqüestrado havia dois meses, ele foi logo afirmando: “Sou eu, Washington Olivetto, corintiano” (cf. MORAIS, Fernando. “Na Toca dos Leões”, Planeta).

Somos o país do futebol, mas isto não nos habilita para sediar uma Copa.

Estou preocupado. No dicionário, “bola” tanto significa o objeto utilizado para a prática do futebol, como também pode dizer respeito à propina paga a agentes (públicos ou privados) em favor de uma ilegalidade.

Será preciso a criação urgente de um programa “fome de bola” para controlaros nossos índices de corrupção pública. Ou não seria melhor dizer um programa “bola zero”?

Como visto, somos o país da “bola”!

Temo que a bola corra fora do campo na COPA/2014.

Nas páginas amarelas de Veja (n. 2034), que entrevista Ricardo Teixeira, li a seguinte manchete: “O dono da bola”. A frase está cheia de significados…

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