sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Ultimate fathing society: mundo cão comemora aniversário de cachoro mais querido do pedaço

28 08 2008

Tenho uma pequena lista de aniversários de pessoas que considero importantes. Amigos, familiares próximos fazem parte dela. Hei, esperem aí! - um cachorro faz parte da lista! Ah, calma, não é qualquer cachorro. Estou me referindo a PEPEZINHO. Pepezinho, gente! Pepezinho, o mascote da sociedade em crise! Alôôôôôôôô. Não caiu a ficha ainda. Pepezinho, o filhinho canino de Vera Loyola. Ah, sim. Que alívio… Todos sabem de quem estou falando agora. Pensaram que estava me referindo a outra pessoa, não é? Neste caso, é pessoa mesmo. Cachorro também é gente (já escrevi sobre isso noutra postagem).
O aniversário de pepezinho de 10 anos será no próximo dia 27/10. É o que diz a minha lista. Resolvi comemorar antecipadamente para registrar o furo deste blog, antes que o assunto tome conta das colunas sociais cariocas.
Pepezinho, teve uma festa muito legal no seu aniversário de um ano. O meu vira-lata puguento não foi convidado, mas pude acompanhar a festa pelas colunas. Um dos melhores bufês do Rio foi contratado para o evento comemorativo, que contou com a presença de vários cachorros da elite canina carioca. Olha a sociedade em crise aí, gente! Que gente cachorra, ops, que cachorro gente é esse pepezinho. Gastou uma fortuna com os seus amiguinhos. Ah, que mundo cão(nino) lindo. Feliiiiiiz Aniversááááááário, pepeziiiiiiiiiiinho.
Tirando de lado a ato de respeito para como pepezinho, nem todo mundo aprendeu a respeitar os animais. Por isso, a sociedade em crise ficou indignada com a atitude daquele mendigo, Lauro Pereira Ribeiro, que matou um cachorro para comer. O que é isso! Canibalismo? Cachorro também é gente. Quando a carne do cachorro estava sendo assada, a polícia foi acionada por circunstantes. Lauro Ribeiro não achou estranho estar comendo carne de cão apenas para aplacar sua fome. Ele também confessou que anteriormente já havido comido outros três cães (que horror!).
Vou analisar estes episódios do ultimate figthing society à luz da criminologia. É isso mesmo. Vocês não sabiam ainda que este blog é um blog de criminologia disfarçado em pele de pepezinho? Não contem pra ninguém…
Pois bem. Robert Merton, nos idos da década de 30, estudou algumas categorias sociais (conformidade, ritualística, inovação, rebelião, retraição) para compreender as estruturas sociais. Não vou estudar aqui todas as categorias, mas podemos observar que Vera Loyola está numa categoria bem diversa da ocupada por Lauro Ribeiro. Lauro Ribeiro está mesmo nas categorias da retraição. Nela estão aqueles indivíduos que rejeitam as estrutura cuturais da sociedade e igualmente as normas impostas por esta sociedade. Lauro não teve oportunidades sociais e, por isto, fez a opção e rejeitar a sociedade e suas regras. É por isso que ele come qualquer cachorro que passar pela frente. Ele é o típico agente retraído. Aceita um pepezinho aí, Lauro?
Já Loyola está dentre os agentes que ostentam os valores culturais rejeitados por Lauro. Sob este ponto de vista teórico, Loyola é capaz de negar um pão a Lauro, mas não a pepezinho. Que linda é a teoria anômica mertoniana.
Para Merton, a sociedade [americana] não crê que todos sejam iguais, como está previsto na Constituição. Como aponta o cientista, as pessoas podem ou não acreditar no credo estabelecido pela sociedade (MERTON, Robert K. “A Ambivalência Sociológica e outros Ensaios”. Trad. Maria José Silveira. Rio de Janeiro: Zahar, 1979). Assim, sob diferentes pontos de vista, tanto Lauro como Loyola são pessoas que não acreditam no credo de que todos são iguais.
RESUMO da história: No Brasil nem todos são iguais a pepezinho…
PS: a foto do “cidadão brasileiro” entre pepezinho e Vera Loyola é meramente ilustrativa, digo meramente ilustrativa de um “cidadão brasileiro” (aspas dupla, com destaque, negrito e tudo que tem direito; ops, com tudo, menos direitos).
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Leitura complementar:
Leia a verbete Vera Loyola da Desiclopédia:
http://desciclo.pedia.ws/wiki/Vera_Loyola
MERTON, Robert K. “A Ambivalência Sociológica e outros Ensaios”. Trad. Maria José Silveira. Rio de Janeiro: Zahar, 1979
SHECAIRA, Sérgio Salomão. “Criminologia”. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004
Gabriel Ignácio Anitua. História dos pensamentos criminológicos. Coleção Pensamento Criminológico nº 15*

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